O nome dela no exterior é Áquila, ou “águia”, uma alusão diretíssima à americana Harley Davidson. Para começar, a fábrica foi buscar na Harley a inspiração para usar a transmissão por correia de borracha, quase uma marca registrada da fábrica americana. O desenho lembra muito a V-Rod, com os tubos do quadro passando sob o tanque e foi desenvolvido para ser uma custom moderna, inclusive usa o mesmo garfo dianteiro invertido da Comet. E já que o tema é “inspiração”, a traseira e a grossa ponteira do escape lembram muito a Yamaha Warrior.
Não é para ser uma custom clássica, tanto que o pneu traseiro é mais largo e com perfil mais baixo do que da sua irmã esportiva Comet. Percebe-se que muitas peças são aproveitadas nas duas, inclusive e obviamente o motor V2. A configuração é a mesma, porém a potência é menor, com 71,2 cv a 9.000 rpm e torque de 6,28 kgf.m a 7.500 rpm.
A posição de pilotagem lembra a extinta BMW RC 1200 Cruiser, com um guidão bem largo e afastado da coluna de direção. A diferença está na leveza; enquanto a BMW exigia uma força descomunal para virar o guidão, nesta Kasinski o guidão é tão leve que até brinquei que parece uma moto com direção hidráulica. Os pés ficam avançados, mas apoiados em pedaleiras convencionais, nada de plataformas. O piloto fica ereto, bem apoiado no banco, mas o garupa também não terá vida mansa, porque sua posição é bem crítica como a maioria das custom dessa categoria.
Como ela adota a mesma bengala invertida da Comet, a suspensão dianteira tem várias regulagens. Na traseira os dois amortecedores reguláveis nas molas são bem eficientes e fazem esta Mirage Power muito confortável. E também estável, devidamente limitada pelas pedaleiras que raspam facilmente no asfalto. É uma moto para ser pilotada por horas a fio, de preferência em linha reta e com bom asfalto.
O acabamento explora ao máximo os cromados, como convém às custom. Também tem duas caixas de entrada de ar, mas apenas uma leva ao filtro de ar, a outra é só para dar simetria. E a exemplo da Comet, os freios são a disco duplo na frente e simples atrás e também merecem flexíveis mais resistentes. Decididamente infeliz é o painel, tanto no formato quando nas funções. Todo digital, fica absolutamente ilegível quando o sol bate em cima da tela de cristal líquido.
O comportamento é muito parecido com o da esportiva Comet, naturalmente com mais disposição em baixa rotação. O motor cresce de giro com vigor e acima de 8.000 rpm dispara e aparecem as vibrações sentidas nos pés e mãos. A velocidade máxima foi de 185 km/h (no velocímetro) e a aceleração de 0 a 100 km/h em 6,2 segundos. O peso exagerado de 220 kg (em ordem de marcha) compromete boa parte do desempenho, bem como a falta de proteção aerodinâmica.
O maior problema desta custom não está na sua parte técnica, mecânica ou ciclística, mas no aspecto mercadológico. Aliás, as duas Kasinski 650 estão muito mal posicionadas no mercado. Com o preço sugerido de R$ 34.900, essa moto tem exatamente o mesmo preço de uma Harley-Davidson Sportester XL 883 Custom e de uma Ducati Monster 695. No mercado espanhol, onde estas Hyosung são vendidas, elas custam, em média, 2.000 euros a menos que estas concorrentes citadas. Não há razão evidente para que custem bem mais no Brasil. Mas se o objetivo for rodar com uma moto diferente, praticamente imune a roubos e com cotação de seguro mais baixo, pode ser duas boas opções.
Preço e ficha técnica no site oficial da Kasinski: http://www.kasinski.com.br/
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